segunda-feira, 25 de julho de 2011

24/07/11


Acordei tipo, muito tarde. Acho que tirei os atrasos da vida inteira. Mas acho que é porque estou já me habituando aos horários e rotinas daqui. Tomei um café no “Cantinho Brasileiro” (que não tem brasileiros trabalhando). Todos devem estar pensando que estou numa vida mole aqui, né? É que só contei as partes boas até agora. Acho que se eu contar as ruins, vocês não vão gostar. Mas vou contar sim, faz parte do processo. Aqui no alojamento, não temos chuveiro. Quando conseguimos, esquentamos água, colocamos num balde e tomamos banho de canequinha, que na verdade é um pote de margarina. Quando não dá de esquentar, vem o dilema: banho frio no frio dá doença, mas ficar fedendo também é ruim. E lá fui eu hoje pro banho gelado de caneca. Ops, pote de margarina. Não dá nada, já me acostumei. Mudando de assunto: a gente aqui anda muito na rua, e é na rua que a gente vê os problemas sociais. Maputo é uma cidade maravilhosa, de gente querida, mas muito desorganizada. Não há lixeiras na cidade, e as pessoas simplesmente jogam o lixo no chão. Resumindo: você anda na rua, mas tem que olhar pro chão pra não pisar em alguma lata, papel, casca de laranja e o que mais você imaginar. Além desse tipo de desorganização, há os comércios ambulantes. Esse tipo de negócio é o que vigora a economia da cidade, pois são muitos, mas muitos mesmo, espalhados nas calçadas, vendendo frutas, eletrônicos, acessórios, e outras coisas. Pra quem está curioso, a pobreza é demais, sim. Não há só um dia que eu não saia da rua que não venha alguém me pedir comida. Eu comparei ao Brasil, porque os brasileiros miseráveis pedem dinheiro, e não comida, como eles fazem. E por aí a gente vê que é fome de verdade, e não vontade de tomar cachaça e/ou comprar drogas. Essas pessoas que recorrem a mim, geralmente estão num estado lastimável de sofrimento. Extremamente magros, como cachorros de rua, que só se veem as costelas. Uma observação: nunca vi cachorro na rua. Deve ser porque a concorrência pra revirar o lixo é grande. Então, com toda certeza, esse tá sendo o maior desafio e a maior experiência da minha vida. Em 3 dias aqui, já aprendi a não reclamar mais, a dar valor a tudo o que eu tenho em casa, por que é quando a gente não tem é que a gente lembra da vida e dá valor a ela. Já é tarde e eu vou dormir. Amanhã (25/07) é o meu primeiro dia de trabalho, vamos ver no que dá. Que Deus me abençoe, a vocês também, queridos amigos.

23/07/11


Fiquei sozinha no alojamento. Ou melhor, só com as meninas daqui, porque as gurias foram pra praia do Tofo. Daí, como não sobrou lugar, eu fiquei por aqui. Tinha que dar um jeito de ligar pra casa, e comprar umas coisas no centro que estavam faltando. Tomei café com a D. Beatriz e a D. Hortência (cozinheiras), muito gentis. O Hussein veio me buscar, pra gente passear pela cidade e fazer as compras. Fomos ao mercado público municipal, passamos na rua dos artesanatos, e fomos ao shopping da cidade, comprar um celular pra mim. No Shopping, encontramos nosso amigo Cristiano, que depois foi passear com a gente. Andamos muuuuuuuuito. Fomos ao porto ver os navios, à Prefeitura, ao centro cultural, à Embaxada do Brasil em Maputo, ao forte da cidade... nossa, tudo lindo e interessante! Passamos num mercado de chineses e compramos refrigerante e salgadinho pra forrar o estômago (refeição hiper saudável). Fomos conhecer o apartamento em que o Cris tá morando, e depois eles vieram me trazer aqui no alojamento, pra eu me arrumar e a gente fazer alguma coisa. Fomos num boteco beber, e rimos um monte lá, com muitas cenas e falas das pessoas. Logo depois, fomos conhecer o apartamento do Maikel, amigo nosso também, e tinha uma turma enorme lá, conversando e escutando música. Foi lá que eu descobri que a Amy Winehouse tinha morrido. Conversei  um monte com todos, e resolvemos conhecer uma festa tradicional da cidade, festa do Bairro. Muito legal, com músicas da região. Aprendi a dançar algumas! Haha. Voltamos meio tarde, mas felizes. Hoje posso dizer que o que me sustenta aqui, e me faz aguentar a saudade são os amigos e parcerias que eu fiz. Obrigada meu Deus, por tudo que eu tô vivendo! 

Ps.: As fotos ainda não tão aqui, mas virão.

22/07/11

A última vez que eu me lembro de ter passado frio à noite foi... foi... bom, não lembro mesmo. Mas foi bom recordar, porque olha que eu passei frio. A minha sorte é que eu tava muito cansada, daí deu pra dormir um pouco. Realmente a madrugada aqui é muito fria, e eu durmo do lado da janela, daí complica. Mas não deu nada. Às 4 da manhã levantamos eu Maiara e Sara, pra nos arrumarmos pro safari =D. Coisas na mochila, passamos no alojamento dos meninos pra pegar o Nuno, e fomos procurar a Taís e a Jéssica, que estavam com o carro alugado e o motorista pra nos levar. Não vou contar em detalhes como foi, acho que as fotos conseguem explicar mais do que eu. Só sei que foi DEMAIS.











Maputo – 21/07 /11


A mesma companhia aérea South Africa me levou a Maputo. Não tive dificuldades, porque tudo é simples e há placas e sinalizações por todos os lugares (só no aeroporto). Quando peguei a minha mala (graças a Deus sem estar quebrada e/ou violada), fui em direção à saida do aeroporto. Encontrei com o pessoal da AIESEC me esperando! E também a Maiara, minha partner de Criciúma. Todos extremamente queridos e receptivos. De cara, o Hussein (um dos membros Aiesec) e a Maiara, me levaram pra andar de Chapa, uma espécie de van, que corre pela cidade recolhendo pessoas e as levando a um certo destino. A chapa é sempre lotada (lembrei do Amarelinho), muito antigas e enferrujadas. Foi legal essa experiências, o primeiro contato (de verdade!) com a população moçambicana. Fomos até o alojamento, ver como eu ia ficar acomodada. Tudo é muito simples, são quatro beliches, para, agora, 8 meninas. São 4 intercambistas: eu, Maiara, Sara (de Portugal) e Chersley (da Inglaterra), e 4 meninas de Moçambique, que estão fazendo cursos aqui perto. Cada uma tem um armário, pra organizar suas coisas da maneira que quiser. O diretor do alojamento veio me visitar, e logo vi que é um cara bem exigente, mas é bem legal. Deixei tudo meio organizado, e saímos de novo. Fomos a um barzinho encontrar a roda de amigos, que fui apresentada. Tinha membros da Aiesec, outros intercambistas e outros colegas. Conheci o Nuno, que, assim como a Sara, é de Portugal, o Bruno, que é de São Paulo, o Cristiano e a Jéssica, de Minas Gerais e a Taís do Rio Grande do Sul. Todos muito legais! Tomei cerveja moçambicana, chamada 2M, e achei muito boa. Tomei também Laurentina preta, que é a cerveja escura deles. Meio estranha, me lembrou café. Comemos uns sanduíches prensados de queijo, porque a fome tava pegando valendo. Marcamos de fazer safari no dia seguinte, já que todos estavam de folga. Para isso, tínhamos que descansar bem, e voltamos ao alojamento pra dormir.


Johannesburg - 21/07/11


O aeroporto de Joanesburgo é simplesmente ENORME. Mas tratei já de bater bastante perna lá dentro, pra não me perder mais tarde. Uma coisa muito legal/estranha que acontece na travessia do oceano é a mudança de fusos horários. Cheguei às 2 da manhã em Joanesburgo, e tinha sol alto. É que são 5 horas a mais, por isso. Bem estranho. E, por falar em estranho, vou falar do povo. Eita gente esquisita. De certo eles acharam a minha moda e o meu cabelo ridículos também, mas azar. Passaram umas 3 mulheres de burca preta, e quase que eu fiz o barulhinho de língua do Clone, mas vai que eu apanho né. Vi japoneses (ou chineses, tailandeses, sei lá, mas muitos), brancos, negros, amarelos, roxos... tinha de tudo! E as línguas que falam, que bacaaaaaaaaaaaana. Eu entendo o que eles falam em inglês, mas os demais idiomas, boio geral. Até teve um tio que me cumprimentou, daí eu não entendi nada, e só levantei a mão e disse “Opaa”. Tem muita gente fina (no sentido de legal) por essas bandas, principalmente a Natalia, uma sul-africana que eu vim conversando no avião, e o tiozinho do check-in, que quis que eu ensinasse ele a pronunciar os meus dois sobrenomes. Levei um tempo até ele entender a diferença do “r” em CasagRande e Rosso. Esqueci de dizer que passei mal com a refeição do avião, tinha uns temperos estranhos, e um gosto diferente. Felizmente consegui descontar no aeroporto de Joanesburgo [apagar]